Povoado do Rancho do Povo
O primeiro nome do povoado de Ranho do Povo
foi Rancho das Mangabas, devido a grande quantidade de mangueiras no local.
Na época das missões, o atual povoado de
Rancho do Povo foi visitado por frei Vidal da Penha, um padre capuchinho que
andou pelos sertões do Ceará, Pernambuco e outros estados entre 1781 e 1820
fazendo pregações e profecias. Com a sua chegada foram construídas cabanas de
palha, onde ele e muitas pessoas ficavam arranchados. As pregações se davam na
Casa de Pedra, que as ruínas existem até hoje. Como a quantidade de gente era
muito grande mudou de Rancho das Mangabas para Rancho do Povo.
Na localidade não tinha escola. Os donos de
engenho Antonio Bel e João Bezerra contratavam professores particulares, com
destaque para o mestre Sebastião, para ensinarem seus filhos e, às vezes seus
sobrinhos. Muitos anos depois os filhos desses alunos colocavam seus filhos
para estudarem em Guaraciaba do Norte ou no Ipú, quando em 1974 surgiu a escola de Martinslândia e
foram estudar na mesma.
Em
1982 Regina Célia Bezerra terminava o 2º grau normal e colocou uma escola
particular na garagem de sua casa, tendo como alunos seus primos e seus
próprios colegas. Sua irmã, Núbia Bezerra também era professora na época.
Aprendiam o alfabeto cantando.
No ano de 1984, o prefeito de Croatá,
José Antônio de Aragão, visitando a comunidade junto com o vereador de Betanha,
Chico Cesário viram a necessidade de uma escola no local. A visita foi feita
por intermédio de Olesbão
Bezerra, avô de Francisca das Chagas Bezerra, também professora concludente do
curso normal.
Pode-se ficar pensando por que os políticos de
Croatá se
interessaram pelo Rancho do Povo se lá era Guaraciaba do Norte? A resposta é
que na época, a maioria dos moradores votavam em Croatá, e este município queria a posse do
Rancho do Povo, mas perdeu na justiça e hoje é ainda, Guaraciaba do Norte.
Eles
colocaram a escola em uma casinha isolada dentro das capoeiras com duas salas
de aula e lá começaram a lecionar Regina Célia Bezerra e Francisca das Chagas
Bezerra com turmas de multisseriado da
educação infantil à 5ª série.
A escola funcionou nesta casinha durante três
anos até que o prefeito de Guaraciaba do Norte, na época Antonio Bezerra
Marques com medo de perder todos os eleitores para Croatá,
elaborou um projeto que consistia na construção de uma escola para o Rancho do
Povo.
A escola tem duas salas de aula, uma sala
dos professores com banheiro, um banheiro masculino e outro feminino, uma
cantina com despensa e um pátio. O terreno que abriga a escola é de 40m², doado
pelo proprietário Antonio Cláudio Bezerra. As primeiras professoras foram
Regina Célia Bezerra e Francisca das Chagas Bezerra, anos depois vieram a Neuma
Bezerra, Antonilda e
outras.
Na
comunidade de Rancho do Povo tem água encanada para os moradores, proveniente
de um poço profundo artesiano e luz elétrica, sendo uma rede monofásica e outra
trifásica.
As
pessoas ficam curiosas para saber o motivo de chamarem o Rancho do Povo de
Quebra. O motivo é que, na época em que transportavam cargas em comboios de
animas, estava passando uma carga de rapadura, quando uma égua caiu em um
buraco e quebrou um quarto. E daí, começaram a se referirem aquele local de
quebra-égua. Por isso a razão de chamarem de Quebra.
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