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sábado, 11 de abril de 2015

História de Guaraciaba do Norte

Guaraciaba do Norte: Terra do Sol e da Chuva
“Esta terra senhor em tal maneira é graciosa, que querendo aproveitar, dar-se-à nela tudo”.
                                                                                                     (Raimundo Girão e Martins Filho)
                                                                                              
Guaraciaba do Norte: O pico do Ceará
O município de Guaraciaba do Norte situa-se na Serra da Ibiapaba, no estado do Ceará. Limita-se com o estado do Piauí e os municípios de São Benedito, Reriutaba, Ipu, Croatá, Carnaubal e Graça.
A cidade dista da capital em linha reta, tem 252 Km e pela rodovia, 320 Km.
É de 903 metros a altitude na sede municipal, sendo a cidade mais alta do estado Ceará.
A população é de 38.529 habitantes(densidade demogáfica: 65,52h./Km²), , tem uma área de 611,46 Km², o bioma é a caantiga.
A  origem do povoamento de Guaraciaba do Norte
A sede de Guaraciaba do Norte, por razões geográficas e históricas, é o único aglomerado do planalto da Ibiapaba, embora tenha tido a presença de alguns índios tabajaras, que não teve sua origem tipicamente indígena.
Os primeiros habitantes a se fixarem na região foram fazendeiros do sertão, atraídos pelas condições favoráveis à prática da pecuária e a lavoura de subsistência.
“ A cidade é um pequeno e bucólico recanto de águas frigidíssimas, terras fertéis e clima maravilhoso, privilegiada de paz e descanso para seus habitantes e visitantes.
Topônimos de Guaraciaba do Norte 
A localidade já foi denominada através  dos tempos de Campo Grande, Rua Nova, Rua Nova do Campo Grande, Vila Nova d’El Rei, Inhucú e finalmente Guaraciba do Norte.
O nome Campo Grande vem de Inhuçú, de origem tupi, que significa fértil planície da região.
Guaraciaba, também de origem tupi é a alteração de Coaracy e aba: guara o “Sol” e aba “cabelos”.
Processo Histórico Local
O município de Guaraciaba do Norte foi criado pelo alvará de 12 de maio de 1791 com o nome de Vila Nova d’El Rei, com sede no antigo povoado de Rua Nova do Campo Grande. A vila foi instalada pelo Ouvidor Manuel de Magalhães Pinto e Avelar de Barbedo, que deu posse à primeira câmara de vereadores, cujo primeiro juiz ordinário foi Antônio Barbosa Pinheiro. Em 1796, passou a se chamar Campo Grande.
O país dos Mourões
Os primeiros anos de Guaraciaba do Norte foram bastante turbulentos pela presença rude e malfazeja de componentes da família Mourão, um clã muito famoso pela praxe da violência.como bem frisa Nertan Macêdo, no “Bacamarte dos Mourões”. Na verdade, o país dos Mourões era a Serra Grande, o chapadão da Ibiapaba.
Um dos fatos mais marcantes e lamentáveis ocorridos nos primeiros anos, foi o assassinato do Capitão Antônio Barbosa Ribeiro, em 1794.
A transferência da sede para Ipu
Pela lei nº 200, de 26 de agosto de 1840, a sede do município foi transferida para Ipu. Revogada esta lei por outra de número 230, de 12 de janeiro de 1841, foi criada a Vila Nova do Ipu Grande, ficando o Campo Grande reduzido a simples povoado.
Em faces destas constantes mudanças, ambos os municípios tiveram inúmeros prejuízos.
Restauração do Município
¡  O município foi restaurado a 3 de dezembro de 1877, pela Lei nº 1.798 e reinauguração da vila, com a eleição da nova câmara municipal, se deu a 9 de janeiro de 1883, tendo como presidente Aureliano Afro de Carvalho.
¡  A elevação à categoria de cidade deu-se a 20 de dezembro de 1993, por força do decreto nº 448.
Formação Judiciária
¡  Guaraciaba tornou-se sede de comarca criada pelo Decreto n.º 26ª, de 8 de julho de 1890. O Decreto n.º 196, de 5 de junho de 1891, porém a suprimiu, tornando-se simples termo da comarca de Viçosa do Ceará.
¡  O Decreto n.º 206, de 6 de junho de 1931, transfere o termo para comarca de Ipu, porém o Decreto n.º 1.271, de 29 de maio de 1934, anexou-0 à comarca de São Benedito.
¡  Atualmente, Guaraciaba é sede de comarca.
Divisão Eclesiástica
¡  A paróquia de Nossa Senhora dos Prazeres, padroeira de Guaraciaba do Norte foi criada pela Lei n.º 2.125, de 25 de outubro de 1986, quando se separou da freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos, com sede na Matriz de São Gonçalo, e canonicamente instituída pela Provisão de 19 de de junho de 1888, firmada pelo então Bispo do Ceará, Dom Joaquim José Vieira.


Os Primeiros Residentes Guaraciabenses
O primeiro sítio de lavoura e pecuária organizado na região do Campo Grande foi o de Domingos Ferreira Chaves e sua mulher Maria Dias. Este foi o primeiro casal branco, de que se tem conhecimento, a fixar residência  e manter lideranças naquelas cercanias ainda semi-desertas.
Antes de ser cidade, Guaraciaba do Norte teve 13 padres e 2 freis. Após a construção da Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, foram registrados  vários vigários. O primeiro padre foi  Pe. Bernadino de Oliveira Memória.
Constituição do Município
O município de Guaraciaba do Norte é constituído, além da sede  por cinco distritos: Várzea dos Espinhos, Martinslândia, Morrinhos Novos, Mocambo e Sussuanha.
Distrito de Martinslândia
Ø O distrito de Martinslândia fica à 22Km da sede do município. Pela lei municipal n.º 531, de 3 de junho de 1992, se torna distrito. O nome tem origem na família Martins, muito numerosa no lugar. Quando ainda, povoado foi construída a capela local, tendo como padroeira a Virgem dos Pobres. Sua construção se deu pela influência do patrono do lugar João Batista Ribeiro, que cedeu o terreno. A primeira missa foi celebrada por Monsenhor Antonino. A escola local, que leva o nome dele, e o posto de saúde também foram construídas em terras doadas por ele.
Casa dos Escravos
v Localizado no sítio Tamboatá a 1 km da sede de Guaraciaba do Norte. que segundo informações do Sr. Francisco Torres Lemos, pertenceu ao Dr. Floro Bartolomeu, de Juazeiro do Norte. Aliado político do Pe. Cícero e, lá, hoje se encontra uma das casas mais antigas do Município, que pela narrativa de Antonio Bezerra, leva-nos a entender ter pertencido ao Pe. Manoel Pacheco Pimentel.
Construído no século XVIII, encontra-se disponível ao público durante todo o dia. No seu interior ainda existem vestígios dos maus tratos feitos aos escravos da época.
O casarão é conhecido como CASA DOS ESCRAVOS, devido os relatos de alguns moradores e vizinhos. Por avistarem negros trabalhando de maneira escrava e sendo mortos e enterrados no mesmo local. Contam que o porão servia de local de tortura e cemitério para os negros que desrespeitavam seus patrões.

Aspectos Econômicos
¡  Na economia, Garaciaba do Norte destaca-se como grande produtora de produtos alimentícios, em especial a horticultura com tomate, repolho, além de café, banana, mandioca e feijão. A produção de açúcar também pode ser destacada, com as indústrias de beneficiamento associadas. O setor industrial atua na área de bebidas, produtos alimentícios, químicos, minerais, metalurgia, madeireira e de vestuário.
O PIB(Produto Interno Bruto) é de R$ 118.602.
Hidrografia
O rio Piau banha e alimenta as fertilíssimas terras do município. Nasce no sítio Bananeira a quilômetros da cidade, em direção do nascente e vai até Croatá, em rumo a sudoeste, onde se junta ao Inhuçu e ambos deságuam no rio Poti.
Aspectos Religiosos
A religião predominante é o catolicismo, mas é significativo as igrejas protestantes: Assembleia de Deus, Igreja de Deus, Igreja Batista, Testemunhas de Jeová, Adventista do Sétimo Dia, Igreja Universal do reino de Deus, Reconstruir em Cristo, Igreja da Graça e Congregação Cristã do Brasil.
¡  Festas  Religiosas:
¡  Guaraciaba : Festa de Nossa Senhora dos Prazeres;
¡  Sussuanha: Nossa Senhora da Saúde;
¡  Morrinhos: São Francisco;
¡  Várzea dos Espinhos: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro;
¡  Martinslândia: Virgem dos Pobres;
¡  Mucambo: São João Batista.
Aspectos Culturais
q Há festejos de caráter religioso e também de cunho folclórico. Dos primeiros, se destacam a procissão de pessoas na véspera da Semana Santa, Senhor Morto e Ressurreição, na Semana Santa, Procissão do Santíssimo(dia 20 de junho e finalmente, comemora-se dia 15 de agosto com solene procissão a Festa da Padroeira.
q Na parte folclórica se destaca a Festa do Chitão, o Reisado e outras festas populares.
Bandeira Municipal
Guaraciaba do Norte tem uma bandeira, cujos símbolos representam a agricultura da época, que era em grande estilo. Nela tem representados o café e a cana-de-açúcar, as cinco estrelas representam os cinco distritos. Foi criada na administração do prefeito Elisiário, em conjunto com o professor Barreto e membros da sociedade.
Hino de Guaraciaba do Norte
A lembrança saudosa do dia
Esta data festiva convida
Guaraciaba se encontra hoje em dia
Sobre a bênção da Virgem Maria
Hoje os leques de teus coqueirais
Farpalhando aos caprichos do vento
Irmanados aos teus cafezais
Compartilham também deste evento.
Vila Nova d’El Rei foi a terra
Que a vontade divina escolheu
Para ser o mais alto da serra
A cidade mais perto do céu.
Campo Grande as esbeltas palmeiras
Coroadas de névoas estão
Recordando contigo as primeiras
A alegria do teu coração
A semente plantada no chão
Deste solo fecundo floresce
Eis a terra de mais vocação
De mais padres no campo da messe
Guaraciaba do norte tua gente
Numa prece de amor hoje emplora
Que tu sejas de novo e somente
Dos prazeres de Nossa Senhora.
Guaraciaba do Norte e Poesia

Com esses versos e rimas
Falo do passado e memória
Eu falo de Guaraciaba
Do município, da trajetória
Da origem, da criação
Dolugar e população
Mais de duzentos anos de história.

Guaraciaba do Norte
Fica a 320 Km da capital
Com Croatá, São Benedito e Graça
Piauí, Reriutaba e Carnaubal
E assim se faz divisa
Com o verde se organiza
Da floresta ao babaçual.

Vamos conhecer Guaraciaba
Aqui neste documento
Vamos ver a sua história
Desde o seu nascimento
Cidade religiosa
Bonita e gloriosa
Com dor e sofrimento.
Nossa Senhora dos Prazeres
É a padroeira do lugar
Na Serra da Ibiapaba
Vem a se localizar
Com alta altitude
E povo de virtude
No estado do Ceará.

O nome é indígena
De clima bem legal
Significa mulher loura
De beleza sem igual
Todo mundo trabalha
E pros índios Tabajaras
O Inhuçu era seu local.

Rua Nova seu primeiro nome
Venho a lhes dizer
Vila Nova e Campo Grande
Nas forças do poder
E a primeira população
Veio lá do sertão
Para aqui viver e morrer.


No dia 12 de maio
Guaraciaba aniversaria
Comemorando a sua luta
Com muita alegria
Com a festa do Chitão
Diversão e oração
Reisado e poesia.

O rio Piau banha a terra
Para sermos bem precisos
A religião é católica
È um povo de juízo
Anda de carro, moto e bicicleta
Com fauna e flora repleta
Uma cidade, um paraíso.

Vou falar da natureza
Esse problema popular
As matas estão devastando
Aqui nesse lugar
Vamos punir aqueles que erra
E cuidar da nossa terra
Pra vida preservar.

Eu aqui falei de Guaraciaba
Descrevi sua vida
Falei o mais importante
Fiz a a obra resumida
Mas com o suficiente
Pra renascer na gente
Essa cidade tão querida.

Pra fazer esses versos
Pedi a Deus uma luz
Pra ele me  ajudar
Em algo que me seduz
Para cumprir meu papel
Divulgar meu cordel
Obrigado Jesus!
Eu falei de Guaraciaba
Com enorme clareza
Eu falei do seu povo
De grande beleza
E como um bom serrano

Meu nome é Fabiano
De Martinslândia com proeza.
                                                                   Autor: Fabiano Martins
Referências Bibliográficas:
Mapeamento Cultural.www.guaraciabadonorte.ce.gov.br
LIRA, José Luís. Algum Poema? Fortaleza: Ed. Do autor, 2009.
ARAÚJO, Francisco Sadoc, Pe.História Religiosa de Guaraciaba  do Norte.Fortaleza: IOCE, 1988.
LiIRA, José Luís. Ontem Campo Grande, Hoje Guaraciaba do Norte. Fortaleza, 1999.
MACEDO, Nertan. O Bacamarte dos Mourões. Fortaleza: Inst. Do Ceará, 1966.
FERRO, Aderson. O dedo de Deus. Fortaleza: Minerva, 1904.
LOBO,João Miguel da Fonseca. Fragmentos de Philosophia Natural e Especulativa. Lisboa: Annuario Commercial, 1909.
Livro de Tombo da Paróquia de N. S. dos Prazeres.
BEZERRA, Antônio. In: Notas de Viagem. 2. ed. Fortaleza: Imp. Universitária, 1965.
O Levita do Senhor: A vida de Mons. Antonino Soares.
Há cem Anos... Traços biográficos de Mons. Antonino Soares.
Internet, 23:08hs, 01/04/2011.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Renascimento - Humanismo - Questões gabaritadas

1. (Puccamp)

As ordens já são mandadas, já se apressam os meirinhos.
Entram por salas e alcovas, relatam roupas e livros:
(...)
Compêndios e dicionários, e tratados eruditos
sobre povos, sobre reinos, sobre invenções e Concílios...
E as sugestões perigosas da França e Estados Unidos,
Mably, Voltaire e outros tantos, que são todos libertinos...
(Cecília Meireles, Romance XLVII ou Dos sequestros. "Romanceiro da Inconfidência")

A referência compêndios, dicionários e tratados eruditos no século XVIII nos sugere uma clara valorização do conhecimento científico, postura que também se verifica no período conhecido como Renascimento. Contribuíram para eclosão deste amplo movimento cultural na Europa,
a) a unificação da Itália e o enfraquecimento da Igreja católica.
b) as descobertas científicas e a revolução industrial na Inglaterra.
c) o fortalecimento das burguesias e o desenvolvimento dos centros urbanos.
d) a Contrarreforma e a fragmentação do poder político dos soberanos.
e) a expansão marítima e a hegemonia árabe na península ibérica.

2. (Uff) A "Carta de Pero Vaz de Caminha", escrita em 1500, é considerada como um dos documentos fundadores da Terra Brasilis e reflete, em seu texto, valores gerais da cultura renascentista, dentre os quais destaca-se:
a) a visão do índio como pertencente ao universo não religioso, tendo em conta sua antropofagia;
b) a informação sobre os preconceitos desenvolvidos pelo renascimento no que tange à impossibilidade de se formar nos trópicos uma civilização católica e moderna;
c) a identificação do Novo Mundo como uma área de insucesso devido à elevada temperatura que nada deixaria produzir;
d) a observação da natureza e do homem do Novo Mundo como resultado da experiência da nova visão de homem, característica do século XV;
e) a consideração da natureza e do homem como inferiores ao que foi projetado por Deus na Gênese.

3. (Cesgranrio) A Revolução Científica, ocorrida na Europa Moderna entre os séculos XVI e XVII, caracterizou-se por:
a) acentuar o espírito crítico do homem através do desenvolvimento da ciência experimental.
b) reforçar as concepções antinaturalistas surgidas nos primórdios do Renascimento.
c) comprovar a tese de um universo geocêntrico contrária à explicação tradicional aceita pela Igreja Medieval.
d) negar os valores humanistas, fortalecendo assim as ideias racionalistas.
e) confirmar os fundamentos lógicos e empiristas da filosofia escolástica em sua crítica aos dogmas católicos medievais.

4. (Fatec) Em O RENASCIMENTO, Nicolau Sevcenko afirma:
"O comércio sai da crise do século XIV fortalecido. O mesmo ocorre com a atividade manufatureira, sobretudo aquela ligada à produção bélica, à construção naval e à produção de roupas e tecidos, nas quais tanto a Itália quanto a Flandres se colocaram à frente das demais. As minas de metais nobres e comuns da Europa Central também são enormemente ativadas. Por tudo isso muitos historiadores costumam tratar o século XV como um período de Revolução Comercial."

A Revolução Comercial ocorreu graças:
a) às repercussões econômicas das viagens ultramarinas de descobrimento.
b) ao crescimento populacional europeu, que tornava imperativa a descoberta de novas terras onde a população excedente pudesse ser instalada.
c) a uma mistura de idealismo religioso e espírito de aventura, em tudo semelhante àquela que levou à formação das cruzadas.
d) aos Atos de Navegação lançados por Oliver Cromwell.
e) à autossuficiência econômica lusitana e à produção de excedentes para exportação.

5. (Fatec) Entre os séculos XIV e XVI a Europa viveu uma época de muitas transformações no campo das técnicas, das artes, da política, da religião e do próprio conhecimento que o homem tinha do mundo em si mesmo.
Sobre esse período histórico, é correto afirmar:
a) Os reinos da França e da Inglaterra enfraqueceram-se devido à crise do sistema feudal, que empobrecera os nobres exatamente no momento de enriquecimento da burguesia mercantil e financeira, o que permitiu que os reis concentrassem mais poder em suas mãos.
b) Surgiram nessa época "projetos" políticos que diziam respeito às formas de um governante proteger e aumentar seu poder.
c) Durante esse período, quando os reinos independentes se fortaleceram, a Igreja esforçou-se para assegurar o poder espiritual, abandonando sua preocupação anterior com a manutenção de seu poder temporal.
d) Esse período foi de paz entre os papas e os imperadores; por isso, não se investiu na criação de armas de guerra nem em fortificações.
e) Os comerciantes começaram a entrar em choque direto com a antiga ordem medieval, impondo sua forma de vida e seus valores, à medida que passaram a concentrar as riquezas, das quais dependiam também a Igreja e governantes.

6. (Fgv) Erasmo de Rotterdam (1467-1536) foi um dos pensadores mais influentes de sua época, sobretudo porque em sua obra ELOGIO DA LOUCURA defendeu, entre outros aspectos,
a) a tolerância, a liberdade de pensamento e uma teologia baseada exclusivamente nos Evangelhos.
b) a restauração da teologia nos termos da ortodoxia escolástica, na linha de Tomás de Aquino.
c) a reforma eclesiástica da Igreja segundo a proposta de Savonarola, conforme sua pregação em Florença.
d) o comunismo dos bens, teoria que influenciaria o pensamento de Rousseau no século XVIII.
e) a supremacia da razão do Estado sobre as regras definidas nos princípios da moral cristã.

7. (Fuvest) "Se volveres a lembrança ao Gênese, entenderás que o homem retira da natureza seu sustento e a sua felicidade. O usuário, ao contrário, nega a ambas, desprezando a natureza e o modo de vida que ela ensina, pois outros são no mundo seus ideais."
                (Dante Alighieri, A DIVINA COMÉDIA, Inferno, canto XI, tradução de Hernâni Donato).

Esta passagem do poeta florentino exprime:
a) uma visão já moderna da natureza, que aqui aparece sobreposta aos interesses do homem.
b) um ponto de vista já ultrapassado no seu tempo, posto que a usura era uma prática comum e não mais proibida.
c) uma nostalgia pela Antiguidade greco-romana, onde a prática da usura era severamente coibida.
d) uma concepção dominante na Baixa Idade Média, de condenação à prática da usura por ser contrária ao espírito cristão.
e) uma perspectiva original, uma vez que combina a prática da usura com a felicidade humana.

8. (Mackenzie) Galileu Galilei (1564 - 1642) rompeu com as concepções medievais sobre a natureza do conhecimento, EXCETO por:
a) defender a ideia da experiência científica, combinando a indução experimental com cálculos dedutivos.
b) pregar que qualquer conhecimento científico deveria ser comprovado experimentalmente, reproduzindo-se o fenômeno sob determinadas condições.
c) refutar as teorias acerca do sistema geocêntrico de Ptolomeu, com base no sistema heliocêntrico de Copérnico.
d) desenvolver uma concepção hierárquica estática e natural sobre o universo, através de premissas dedutivas que demonstram as conclusões.
e) pregar a rigorosa observação dos fenômenos físicos, estabelecer uma metodologia do conhecimento científico e formular a lei da queda dos corpos.

9. (Mackenzie) O Humanismo foi um movimento que não pode ser definido por:
a) ser um movimento diretamente ligado ao Renascimento, por suas características antropocentristas e individuais.
b) ter uma visão do mundo que recupera a herança greco-romana, utilizando-a como tema de inspiração.
c) ter valorizado o misticismo, o geocentrismo e as realizações culturais medievais.
d) centrar-se no homem, em oposição ao teocentrismo, encarando-o como "medida comum de todas as coisas".
e) romper os limites religiosos impostos pela Igreja às manifestações culturais.

10. (Puccamp) Sobre a importância do renascimento urbano e comercial, na fase de transição do feudalismo para o capitalismo, pode-se destacar:
a) o caráter assistencialista das corporações de ofício influindo na democratização da ordem social.
b) o enfraquecimento do poder dos reis à medida que as cidades se tornaram independentes da nobreza feudal.
c) o estímulo à centralização monárquica, à unificação das moedas, pesos e medidas e ao mercantilismo.
d) a oposição da burguesia comerciante à prática da usura e consequente apoio da Igreja aos seus empreendimentos marítimos.
e) o crescimento da burguesia repercutindo na decadência da política econômica mercantilista e na formação dos Estados Nacionais.

11. (Uff) Dentre os temas desenvolvidos pela cultura renascentista há um que se mantém presente até hoje - a utopia - despertando atenção, principalmente, em finais de século.
Assinale a opção que se refere à ideia de utopia defendida no século XVI.
a) A ideia de utopia como tema central dos manuais de escolástica que se transformou no valor político mais importante da Igreja romana.
b) A ideia de utopia expressa por São Francisco de Assis, nas suas lições sobre a natureza dos homens e dos animais.
c) A ideia de utopia que revelava o caráter de oposição da Igreja ao novo tempo mundano e secular da renascença.
d) A ideia de utopia apresentada por Maquiavel em sua obra, O Príncipe, na qual defendeu o republicanismo.
e) A ideia de utopia exposta por Thomas Morus, na qual criticava os humanistas que reivindicavam a autoridade soberana do Príncipe. 

12. (UNEM) O franciscano Roger Bacon foi condenado, entre 1277 e 1279, por dirigir ataques aos teólogos, por uma suposta crença na alquimia, na astrologia e no método experimental, e também por introduzir, no ensino, as ideias de Aristóteles. Em 1260, Roger Bacon escreveu: "Pode ser que se fabriquem máquinas graças às quais os maiores navios, dirigidos por um único homem, se desloquem mais depressa do que se fossem cheios de remadores; que se construam carros que avancem a uma velocidade incrível sem a ajuda de animais; que se fabriquem máquinas voadoras nas quais um homem (...) bata o ar com asas como um pássaro. Máquinas que permitam ir ao fundo dos mares e dos rios"
                (apud. BRAUDEL, Fernand. "Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII São Paulo: Martins Fontes, 1996, vol. 3).

Considerando a dinâmica do processo histórico, pode-se afirmar que as ideias de Roger Bacon
a) inseriam-se plenamente no espírito da Idade Média ao privilegiarem a crença em Deus como o principal meio para antecipar as descobertas da humanidade.
b) estavam em atraso com relação ao seu tempo ao desconsiderarem os instrumentos intelectuais oferecidos pela Igreja para o avanço científico da humanidade.
c) opunham-se ao desencadeamento da Primeira Revolução Industrial, ao rejeitarem a aplicação da matemática e do método experimental nas invenções industriais.
d) eram fundamentalmente voltadas para o passado, pois não apenas seguiam Aristóteles, como também baseavam-se na tradição e na teologia.
e) inseriam-se num movimento que convergiria mais tarde para o Renascimento, ao contemplarem a possibilidade de o ser humano controlar a natureza por meio das invenções. 

13. (Uel) A arte renascentista, de uma forma geral, se caracterizou pela
a) representação abstrata do mundo.
b) estreita relação entre arte-romantismo-melancolia.
c) representação cubista da ideia de Deus.
d) aproximação entre arte-pesquisa-inovações técnicas.
e) valorização estética dos afrescos da antiguidade egípcia.

14. (Ufc) A cultura renascentista favoreceu a valorização do homem, estimulando a liberdade de expressão presente em diferentes manifestações artísticas e literárias. Entretanto, a participação da Igreja Católica, entre os mecenas, pode ser associada:
a) à renovação das ideias defendidas pela hierarquia eclesiástica, que se deixara influenciar pelo liberalismo burguês.
b) à continuidade do cristianismo como religião dominante, limitando a liberdade de expressão aos valores estabelecidos pela Igreja.
c) ao engajamento da intelectualidade católica nas experiências científicas, na tentativa de conciliar razão e fé.
d) às novas condições de vida na Europa, que extinguiram a persistência dos valores religiosos na sociedade.
e) ao surgimento de novas ordens religiosas, defensoras do mecenato como um meio de maior liberdade de expressão.

15. (Ufmg) "Que obra de arte é o homem: tão nobre no raciocínio, tão vário na capacidade; em forma o movimento, tão preciso e admirável; na ação é como um anjo; no entendimento é como um Deus; a beleza do mundo, o exemplo dos animais."
                               (SHAKESPEARE, William. HAMLET.)
O valor renascentista expresso nesse texto é
a) o antropomorfismo.
b) o hedonismo.
c) o humanismo.
d) o individualismo.
e) o racionalismo.

16. (Ufmg) Miguel de Cervantes, um dos grandes expoentes renascentistas, pretendia com seu livro DOM QUIXOTE
a) denunciar o papel submisso da mulher, representado pela heroína Dulcinéia.
b) exaltar os valores da cavalaria, da honra, do herói, imortalizados na figura de Dom Quixote.
c) fazer uma crítica aos valores medievais, satirizando-os nas figuras de Dom Quixote e Sancho Pança.
d) mostrar a inutilidade da luta contra a Igreja, utilizando a imagem de Dom Quixote lutando contra os moinhos de vento.
e) satirizar a figura do monarca absoluto, ao entronizar Sancho Pança como rei da imaginária ilha da Cocanha.

17. (Ufpe) Os caminhos da renovação científica favoreceram o surgimento de teorias que abriram novos caminhos para lançar os alicerces da ciência moderna. O inglês Francis Bacon foi um dos renovadores que escreveram obras importantes. Sobre ele, podemos afirmar que:
a) escreveu uma obra intitulada "Ensaios", onde faz uma importante análise do ser humano.
b) compartilhou do método cartesiano e foi defensor do racionalismo positivista.
c) não teve pretensões políticas; daí, sua grande dedicação à ciência.
d) formulou, juntamente com Campanella, a idealização da chamada Cidade do Sol.
e) foi, com Newton, o inventor do método indutivo, o qual revolucionou a Química e a Física.

18. (Unirio) Ao final do Renascimento, diversas transformações culturais e sociais ocorridas na Europa, entre os séculos XVI e XVII, propiciaram o surgimento da Revolução Científica. Esse movimento caracterizou-se por um (a):
a) predomínio da concepção de um universo fechado e sobrenatural.
b) negação dos valores individualistas do homem e das concepções naturalistas.
c) crítica à ciência medieval expressa no retorno do pensamento escolástico.
d) afirmação do monopólio da Igreja Católica na explicação das coisas do mundo.
e) valorização do espírito crítico e do método experimental.

19. (Unirio) Criada pelos humanistas italianos e retomada por Vasari, a noção de uma ressurreição das letras e das artes graças ao reencontro com a Antiguidade foi, seguramente, fecunda (...). Essa noção significa juventude, dinamismo, vontade de renovação (...). Teve em si a inevitável injustiça das abruptas declarações de adolescentes, que rompem ou creem romper com os gostos e as categorias mentais dos seus antecessores. Mas o termo "Renascimento", mesmo na acepção estrita dos humanistas, que o aplicavam, essencialmente, à literatura e às artes plásticas, parece-nos atualmente insuficiente.
                (DELUMEAU, Jean. A CIVILIZAÇÃO DO RENASCIMENTO. Lisboa, Editorial Estampa, 1983, vol.1, p.19)

A revisão que o autor nos apresenta com relação ao termo Renascimento aponta para o fato de que a (o):
a) Idade Média não deve mais ser vista como um período de obscurantismo onde a cultura estava totalmente morta.
b) cultura medieval já realizava um questionamento ao teocentrismo, fato que foi apenas aprofundado pelo Humanismo e pelo Renascimento.
c) ruptura que os humanistas pretendiam com a Idade Média era apenas aparente, pois a suposta inspiração na Antiguidade esteve sempre subordinada aos padrões medievais.
d) obscurantismo medieval não impediu a existência de uma produção artística, embora esta fosse esteticamente inferior à da Renascença.
e) Humanismo ainda imprime ao Renascimento uma visão conformista com relação ao mundo, o que muito se assemelhava ao pensamento medieval.

20. (Fuvest) Já se observou que, enquanto a arquitetura medieval prega a humildade cristã, a arquitetura clássica e a do Renascimento proclamam a dignidade do homem. Sobre esse contraste pode-se afirmar que
a) corresponde, em termos de visão de mundo, ao que se conhece como teocentrismo e antropocentrismo;
b) aparece no conjunto das artes plásticas, mas não nas demais atividades culturais e religiosas decorrentes do humanismo;
c) surge também em todas as demais atividades artísticas, exprimindo as mudanças culturais promovidas pela escolástica;
d) corresponde a uma mudança de estilo na arquitetura, sem que a arte medieval como um todo tenha sido abandonada no Renascimento;
e) foi insuficiente para quebrar a continuidade existente entre a arquitetura medieval e a renascentista.