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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O carnaval no Brasil e suas raízes

Desenho de Jean Baptiste-Debret (1768-1848) mostrando a brincadeira do entrudo entre os escravos
Desenho de Jean Baptiste-Debret (1768-1848) mostrando a brincadeira do entrudo entre os escravos
A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que, na colônia, era praticada pelos escravos. Estes saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. Tais bolinhas nem sempre eram cheirosas. O entrudo era considerado ainda uma prática violenta e ofensiva, em razão dos ataques às pessoas com os materiais, mas era bastante popular.
Isso pode explicar o fato de as famílias mais abastadas não comemorarem junto aos escravos, ficando em suas casas. Porém, nesse espaço havia brincadeiras, e as jovens moças das famílias de reputação ficavam nas janelas jogando águas nos transeuntes.
Por volta de meados do século XIX, no Rio de Janeiro, a prática do entrudo passou a ser criminalizada, principalmente após uma campanha contra a manifestação popular veiculada pela imprensa. Enquanto o entrudo era reprimido nas ruas, a elite do Império criava os bailes de carnaval em clubes e teatros. No entrudo, não havia músicas, ao contrário dos bailes da capital imperial, onde eram tocadas principalmente as polcas.
A elite do Rio de Janeiro criaria ainda as sociedades, cuja primeira foi o Congresso das Sumidades Carnavalescas, que passou a desfilar nas ruas da cidade. Enquanto o entrudo era reprimido, a alta sociedade imperial tentava tomar as ruas.
Mas as camadas populares não desistiram de suas práticas carnavalescas. No final do século XIX, buscando adaptarem-se às tentativas de disciplinamento policial, foram criados os cordões e ranchos. Os primeiros incluíam a utilização da estética das procissões religiosas com manifestações populares, como a capoeira e os zé-pereiras, tocadores de grandes bumbos. Os ranchos eram cortejos praticados principalmente pelas pessoas de origem rural.
Desenho de Angelo Agostini (1843-1910) mostrando o carnaval no Rio de Janeiro, publicado na Revista Ilustrada, em 1884.
Desenho de Angelo Agostini (1843-1910) mostrando o carnaval no Rio de Janeiro, publicado na Revista Ilustrada, em 1884.
As marchinhas de carnaval surgiram também no século XIX, cujo nome originário mais conhecido é o de Chiquinha Gonzaga, bem como sua música O Abre-alas. O samba somente surgiria por volta da década de 1910, com a música Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida, tornando-se ao longo do tempo o legítimo representante musical do carnaval.
Na Bahia, os primeiros afoxés surgiram na virada do século XIX para o XX, com o objetivo de relembrar as tradições culturais africanas. Os primeiros afoxés foram o Embaixada Africana e os Pândegos da África. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife, e o maracatu ganhou as ruas de Olinda.
Ao longo do século XX, o carnaval popularizou-se ainda mais no Brasil e conheceu uma diversidade de formas de realização, tanto entre a classe dominante como entre as classes populares. Por volta da década de 1910, os corsos surgiram, com os carros conversíveis da elite carioca desfilando pela avenida Central, atual avenida Rio Branco. Tal prática durou até por volta da década de 1930.
Entre as classes populares, surgiram as escolas de samba na década de 1920. As primeiras escolas teriam sido a Deixa Falar, que daria origem à escola Estácio de Sá, e a Vai como Pode, futura Portela. As escolas de samba eram o desenvolvimento dos cordões e ranchos. A primeira disputa entre as escolas ocorreu em 1929.
As marchinhas conviveram em notoriedade com o samba a partir da década de 1930. Uma das mais famosas marchinhas foi Os cabelos da mulata, de Lamartine Babo e os Irmãos Valença. Essa década seria conhecida como a era das marchinhas. Os desfiles das escolas de samba desenvolveram-se e foram obrigados a se enquadrar nas diretrizes do autoritarismo da Era Vargas. Os alvarás de funcionamento das escolas apareceram nessa década.
Em 1950, na cidade de Salvador, o trio elétrico surgiu após Dodô e Osmar utilizarem um antigo caminhão para colocar em sua caçamba instrumentos musicais por eles tocados e amplificados por alto-falante, desfilando pelas ruas da cidade. Eles fizeram um enorme sucesso. Mas o nome somente seria utilizado um ano depois, quando Temistócles Aragão foi convidado pelos dois. Um novo veículo foi utilizado, com a inscrição “Trio Elétrico” na lateral.
O trio elétrico conheceria transformação em 1979, quando Morais Moreira adicionou o batuque dos afoxés à composição. Novo sucesso foi dado aos trios elétricos, que passaram a ser adotados em várias partes do Brasil.
Cena do carnaval em Olinda, Pernambuco.*
Cena do carnaval em Olinda, Pernambuco.*
As escolas de samba e o carnaval carioca passaram a se tornar uma importante atividade comercial a partir da década de 1960. Empresários do jogo do bicho e de outras atividades empresariais legais começaram a investir na tradição cultural. A Prefeitura do Rio de Janeiro passou a colocar arquibancadas na avenida Rio Branco e a cobrar ingresso para ver o desfile. Em São Paulo, também houve o desenvolvimento do desfile de escolas de samba a partir desse período.
Em 1984, foi criada no Rio de Janeiro a Passarela do Samba, ou Sambódromo, sob o mandato do ex-governador Leonel Brizola. Com um desenho arquitetônico realizado por Oscar Niemeyer, a edificação passou a ser um dos principais símbolos do carnaval brasileiro.
O carnaval, além de ser uma tradição cultural brasileira, passou a ser um lucrativo negócio do ramo turístico e do entretenimento. Milhões de turistas dirigem-se ao país na época de realização dessa festa, e bilhões de reais são movimentados na produção e consumo dessa mercadoria cultural.
Fonte: Brasil Escola

sábado, 22 de fevereiro de 2014


Povoado de Estivado
  Estivado é um povoado pertencente ao distrito de Martinslândia a aproximadamente, 30 km da sede do município de Guaraciaba do Norte e a 18 km da sede do município de Ipú.
Antigamente Estivado era uma terra de mata virgem. Nos seus primórdios era quase desabitada com apenas três casas, uma de tijolos crus e duas de taipas.
  A origem do nome é um pouco obscuro, no entanto, alguns dizem que inicialmente era Estivas passando para Estivado, devido o local possuir um terreno acidentado repleto de lajeiros e água nos períodos chuvosos, sendo preciso colocar revestimentos de varas para as pessoas poderem passar, isto é, colocando uma espécie de ponte.
  Os primeiros moradores foram Francisco Benedito, Francisco Leitão e Gonçala Rosa.
  Estivado se divide em duas partes, um é Guaraciaba do Norte e o outro é Ipú, portanto é divisa dos dois municípios. Essa divisão é feita por uma estrada conhecida por Mascarém, que começa na Matriz de São Gonçalo, município de Ipueiras, passa por Estivado, dividindo Ipú e Guaraciaba, terminando no Poço, município de Ipú.
  Estivado foi crescendo e aparecendo novos moradores, novos donos de terras, como Tarcísio Marques, Francisco Antero, Joaquim Benedito, seu Del e outros. E hoje a população continua aumentando. A comunidade abriga 23 famílias, foi formada uma associação de moradores com o objetivo de trazer energia elétrica ao local e em 1995 foi inaugurada a luz de Estivado, na administração do governo municipal Dr. Egberto Martins. Em seguida foi construída passagens molhadas e as estradas foram melhoradas.
Posteriormente surgia uma escolinha que funcionava em uma casa, no terreno de Joaquim Benedito, na qual a primeira professora foi Vera Magalhães Benedito, filha do dono do terreno. Professora formada, lecionava do infantil ao fundamental I.
  As crianças brincavam nas sombras das árvores, sendo um dos principais elementos das brincadeiras os cipós que tinham em frente à escolinha. No dia 19 de agosto de 1994 quando algumas crianças com faixa etária de 5 a 10 anos, Fernanda, Diana, Franscivaldo, Tassiana, Lilian, Francisco, Lívia e Neto, brincavam no local, viram uma cruz branquinha flutuando entre as árvores, brilhando muito com uma coroa cor de ouro em cima. Lilian Magalhães de 10 anos dizia ver e conversar com Nossa Senhora que lhe aparecia sobre uma árvore. Seu pai, no entanto, a proibiu de falar com a imprensa e ela hoje tem 26 anos e não se pronuncia com freqüência sobre o assunto.
  O fato foi divulgado, demasiadamente pela imprensa tornando Estivado, um lugar bastante freqüentado por fiéis, passando a ser lugar de romaria. Passaram-se alguns tempos sem visitas e sem comentários sobre o local, mas neste ano de 2011 recomeçou novamente.
  Os visitantes do local relatam que o sol fica com uma bela cor azulada, e que apesar do brilho intenso que reluz, não incandesce e nem embaça a visão de quem olha a olho nu. O ar ganha um gostoso tom de aroma de rosas, que perfuma até o chão, onde no final as pessoas recolhem até a areia para levar para suas casas.
  O número de visitantes é muito grande quando a vidente portuguesa Maria Alice vem a localidade, a qual tem por finalidade receber mensagens da Virgem Maria.
  No ano de 2002 a dona Cecília Barros doou um terreno para construção de uma escola, a qual tem duas salas de aula, uma cantina com depósito para merenda, uma sala para coordenação, um almoxarifado e três banheiros. A Escola de Ensino Infantil e Fundamental de Estivado foi construída na gestão municipal de Assis Teixeira Lopes.
  Estivado a cada dia cresce e a esperança de progresso se alimenta nos anseios de seus habitantes.