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sábado, 22 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA DO DISTRITO DE MARTINSLÂNDIA



HISTÓRIA  DO DISTRITO DE MARTINSLÂNDIA

Vista aérea


Introdução
Martinslândia é um distrito de Guaraciaba do Norte, que se localiza a uma distância de 22 km da sede do município, que se ergue a uma altitude de 862 m acima do nível do mar. É um distrito cujo território vive, aproximadamente, umas 3000 pessoas. A via de acesso principal se dá pela CE – 192, seguindo por uma estrada de carroçal. É banhado pelo riacho, popularmente conhecido como Ipuçaba.
Os habitantes do distrito de Martinslândia desfrutam de um clima agradável, embora haja uma oscilação de temperaturas significante no verão. As estações são bem definidas: inverno e verão. É uma área cercada de morros, pouco verde no verão e razoavelmente no inverno.
O solo não é favorável a plantações contínuas, devido aos lajeiros que impossibilitam o desenvolvimento de culturas que necessitam de maior quantidade de água. A grande maioria das terras férteis estão preenchidas com a horticultura, principalmente tomate, pimentão, beterraba, cenoura, maracujá e batata-doce. E durante o inverno predomina a agricultura de subsistência, onde as culturas principais são de feijão, milho e mandioca.

 

Origem

  O território onde hoje se localiza o distrito de Martinslândia, anteriormente, ou seja, no princípio de sua trajetória histórica era somente mata nativa, sem vestígios de habitações fixas de grupos indígenas, mas supostamente alguns representantes dos índios Tabajaras passaram por essa região, posteriormente podendo até ter tido o cruzamento desses indígenas com pessoas brancas, negras ou pardas, porque é evidente a descendência indígena nesse distrito.
  A presença negra também se faz sentir na constituição da população, sendo visível a afrodescendência. A origem é obscura, mas segundo entrevistas e relatos, a probabilidade de serem provenientes do Maranhão, Piauí e sertão cearense é muito grande. Inclusive, o pai do fundador da localidade, João Martins Ribeiro, segundo sua filha Juraci Martins Melo, foi proprietário de uma escrava doméstica, a Negra Chica, que ajudou a cuidar de seus filhos e se mostrava bastante exibida e cheia de vontade, até o dia em que levou uma surra muito grande.
  Inicialmente o povoado era denominado Espinhos, devido à enorme quantidade de plantas espinhosas que existia no local, quando foi no final da década de 1980, no governo de José Elisiário de Melo Nobre passou a se chamar Martinslândia (lugar dos Martins), em homenagem a família Martins que é bastante numerosa.
  O outro motivo foi porque seus precursores são provenientes da família Martins, inclusive o patrono do distrito João Batista Ribeiro, que embora não tenha o sobrenome, mas é da família e um dos homens que mais trouxe reconhecimento para o nome Martins. Foi cogitado também o nome de Vila Nova. O nome “Martins” é originário do latim e, significa “guerreiro”.
  Martinslândia a partir da lei municipal n° 531 de 3 de junho de 1992, durante o governo municipal de Dr. Egberto Martins Farias passa a ser sede do distrito, que abrange também Rancho do Povo, Estivado, Pequimagro, Espinhos I e Espinhos II.
  Em seus primórdios essa região, onde se encontra o distrito pertencia somente a quatro donos, Januário Dino do Paudólio, que atualmente é conhecido como Córrego, Antonio Carreiro dos Espinhos I, João Bezerra e Antonio Bel no Rancho do Povo e João Batista Ribeiro em Martinslândia, que na época era Espinhos. As principais atividades econômicas era a agricultura e a pecuária, sendo João Martins Ribeiro, um dos maiores pecuaristas da região.
 
Eram pouquíssimas casas no local. O destaque era a casa grande do dono da terra, geralmente com alpendre na frente. As pessoas de fora que iam chegando em busca de trabalho e sustento, onde alguns destes estavam fugindo da fome, saindo da região da Mancabira, atualmente pertencente a Croatá, e do sertão cearense, construíam a mando dos donos da terras casinhas de taipa , onde as camas era feitas usando forquilhas e esteiras. Mas algumas pessoas chegavam nesse povoado de pessoas acolhedoras, se apossando das terras que estavam sem uso, por lá permanecendo e criando seus filhos. Os donos das terras também as vendiam, como acontece até hoje.

  O período que mais chegou pessoas na localidade foi durante a seca de 1932, uma seca que assolou o Ceará inteiro, dizimando muitas famílias em todo o estado. Mas em Espinhos, atual Martinslândia, também morreu muita gente de fome, principalmente crianças. Os alimentos principais de algumas famílias era a garapa da cana e o mingau de farinha.
  Os primeiros moradores de Martinslândia foram Antonio Cosmo, Leocádio, José Mendes Martins, Antonio Tarcísio Gonçalves, José Raimundo da Silva (Zé Pedra) e Manoel Coruja.

  A divisão dos terrenos era feita pelos agrimensores, que usavam os chamados marcos para demarcação. Mas provavelmente diante das mesmas com certeza aconteceram algumas confusões, pois na Várzea dos Espinhos, distrito vizinho, segundo alguns estudiosos do assunto, quando se procura resgatar a história local, certas pessoas se recusam a prestar informações e muitas das vezes o pesquisador é até hostilizado, devido problemas com terras no passado.
 


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