Revolta da vacina

A
Revolta da Vacina foi uma revolta popular ocorrida na cidade do Rio de
Janeiro entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904. Ocorreram vários
conflitos urbanos violentos entre populares e forças do governo
(policiais e militares).
Causas principais
- A
principal causa foi a campanha de vacinação obrigatória contra a
varíola, realizada pelo governo brasileiro e comandada pelo médico
sanitarista Dr. Oswaldo Cruz. A grande maioria da população, formada por
pessoas pobres e desinformadas, não conheciam o funcionamento de uma
vacina e seus efeitos positivos. Logo, não queriam tomar a vacina.
- O clima de descontentamento popular com outras medidas tomadas pelo governo federal, que afetaram principalmente as pessoas mais pobres. Entre estas medidas, podemos destacar a reforma urbana da cidade
do Rio de Janeiro (então capital do Brasil), que desalojou milhares de
pessoas para que cortiços e habitações populares fossem colocados abaixo
para a construção de avenidas, jardins e edifícios mais modernos.
O que aconteceu durante a revolta
- Muitas pessoas se negavam a receber a visita dos agentes públicos que deviam aplicar a vacina, reagindo, muitas vezes, com violência.
- Prédios públicos e lojas foram atacados e depredados;
- Trilhos foram retirados e bondes (principal sistema de transporte da época) foram virados.
Reação do governo e consequências
- O governo federal suspendeu temporariamente a vacinação obrigatória.
- O governo federal decretou estado de sítio na cidade (suspensão temporária de direitos e garantias constitucionais).
-
Com força policial, a revolta foi controlada com várias pessoas presas e
deportadas para o estado do Acre. Houve também cerca de 30 mortes e 100
feridos durante os conflitos entre populares e forças do governo.
-
Controlada a situação, a campanha de vacinação obrigatória teve
prosseguimento. Em pouco tempo, a epidemia de varíola foi erradicada da
cidade do Rio de Janeiro.
Revolta da Chibata
Durante o governo presidencial do marechal Hermes da Fonseca aconteceu uma das mais famosas revoltas brasileiras ocorridas na Primeira República, a Revolta da Chibata. O movimento teve localização no Rio de Janeiro e envolveu alguns militares da Marinha Brasileira.
A situação da Marinha Brasileira era notoriamente de defasagem em relação aos outros países do mundo
ou mesmo da própria América Latina. Isso se dava tanto em suas
condições técnicas e de armamento quanto na realidade do cotidiano dos
marinheiros. O grande corpo da Marinha era formado por negros e mulatos
que tinham sido alforriados ou libertos em 1888 com a Lei Áurea.
Mas quem ocupava de fato os cargos de comando, as lideranças, eram
militares brancos. Naturalmente, os brasileiros não deixaram de lado simplesmente com a abolição da escravatura
o preconceito e a discriminação com os negros. Na verdade, a
discriminação com os negros cresceram após a abolição e os mesmos
enfrentaram sérias dificuldades para se sustentarem e sobreviverem
depois do decreto. Tal situação foi transportada também para a Marinha
Brasileira.
Havia sido prática comum em todos os países do mundo a punição física dos marinheiros em decorrência de condutas inadequadas. Essa punição se dava normalmente através de chibatadas. Entretanto, quando foi proclamada a República Brasileira, o país seguiu uma ordem que já estava vigente na marinha dos países do mundo e determinou também no Brasil o fim das punições físicas aos seus marinheiros. Todavia, um ano depois, em 1990, o governo brasileiro permitiu a ocorrência de punições novamente aos marinheiros.
A punição era regulamentada e exercida através de chibatadas aos punidos. Era estabelecido um limite de punição máxima de 25 chibatadas. Esse tipo de punição se assemelhava muito as punições sofridas pelos escravos anteriormente, e como os punidos tendiam sempre a serem negros pairava no ar ainda a idéia de uma continuação das práticas escravistas. Além de que, dentro das próprias organizações das marinhas no mundo, o que continuava acontecendo em território brasileiro era algo degradante, vergonhoso e retrógado.
Em 1905 uma comitiva levou vários marinheiros para a Inglaterra, onde permaneceram durante alguns meses e tiveram contato com as condições dos marinheiros do país. Indignados com o atraso da Marinha Brasileira foi organizado clandestinamente um Comitê Geral para organizar uma revolta contra a realidade dos marinheiros brasileiros sob liderança do marinheiro João Candido Felisberto.
Quando os marinheiros retornaram ao Brasil o plano da revolta estava elaborado e a mesma fora marcada para acontecer dez dias depois da posse do presidente Hermes da Fonseca, que seria no dia 15 de novembro de 2010. Entretanto um novo caso de punição deixaria os revoltosos indignados e faria com que a revolta fosse precipitada.
No começo do mês de novembro o marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes foi preso pelas forças da Marinha por ter levado bebida alcoólica para dentro de uma embarcação oficial e ainda por ter agredido um cabo da Marinha Brasileira, que o denunciou. Por mais que a conduta fosse realmente inadequada a punição extrapolou todos os limites da punição. A pena foi muito além das 25 chibatadas máximas permitidas pelas leis da Marinha, foram aplicadas 250 chibatas na frente de todos os marinheiros no encouraçado Minas Gerais.
Os marinheiros se reuniram no Minas Gerais na noite do dia 22 de novembro para dar início a revolta. Aguardaram o comandante Batista das Neves, que havia saído para jantar no navio francês Duguay-Trouin, e o cercaram em seu retorno matando-o com tiros e coronhadas. Os outros oficiais que estavam na embarcação foram sendo assassinados também à medida que acordavam para saber o que estava acontecendo. No dia 23 emitiram uma carta escrita por João Cândido, que ficou conhecido através da imprensa como Almirante Negro, exigindo o fim dos castigos corporais, a melhora na alimentação e a anistia para os revoltosos. Em caso contrário, os marinheiros que se somavam aproximadamente dois mil e que reuniram as maiores embarcações da Marinha Brasileira, ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro, a partir da baía de Guanabara.
Oficiais da Marinha resolveram até por atacar as embarcações em posse dos revoltosos, mesmo com barcos menores, mas no dia 26 de novembro o presidente Hermes da Fonseca aceitou as reivindicações dos revoltosos que se entregassem, e assim eles baixaram armas. Todavia, no dia 28 de novembro alguns marinheiros foram expulsos da Marinha por acusação de quebra de conduta, outros foram presos. Sendo que poucos revoltosos sobreviveram.
Fontes:
http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/a-revolta-da-chibata.htm
http://www.infoescola.com/historia/revolta-da-chibata/
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/revolta_chibata.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Chibata
Havia sido prática comum em todos os países do mundo a punição física dos marinheiros em decorrência de condutas inadequadas. Essa punição se dava normalmente através de chibatadas. Entretanto, quando foi proclamada a República Brasileira, o país seguiu uma ordem que já estava vigente na marinha dos países do mundo e determinou também no Brasil o fim das punições físicas aos seus marinheiros. Todavia, um ano depois, em 1990, o governo brasileiro permitiu a ocorrência de punições novamente aos marinheiros.
A punição era regulamentada e exercida através de chibatadas aos punidos. Era estabelecido um limite de punição máxima de 25 chibatadas. Esse tipo de punição se assemelhava muito as punições sofridas pelos escravos anteriormente, e como os punidos tendiam sempre a serem negros pairava no ar ainda a idéia de uma continuação das práticas escravistas. Além de que, dentro das próprias organizações das marinhas no mundo, o que continuava acontecendo em território brasileiro era algo degradante, vergonhoso e retrógado.
Em 1905 uma comitiva levou vários marinheiros para a Inglaterra, onde permaneceram durante alguns meses e tiveram contato com as condições dos marinheiros do país. Indignados com o atraso da Marinha Brasileira foi organizado clandestinamente um Comitê Geral para organizar uma revolta contra a realidade dos marinheiros brasileiros sob liderança do marinheiro João Candido Felisberto.
Quando os marinheiros retornaram ao Brasil o plano da revolta estava elaborado e a mesma fora marcada para acontecer dez dias depois da posse do presidente Hermes da Fonseca, que seria no dia 15 de novembro de 2010. Entretanto um novo caso de punição deixaria os revoltosos indignados e faria com que a revolta fosse precipitada.
No começo do mês de novembro o marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes foi preso pelas forças da Marinha por ter levado bebida alcoólica para dentro de uma embarcação oficial e ainda por ter agredido um cabo da Marinha Brasileira, que o denunciou. Por mais que a conduta fosse realmente inadequada a punição extrapolou todos os limites da punição. A pena foi muito além das 25 chibatadas máximas permitidas pelas leis da Marinha, foram aplicadas 250 chibatas na frente de todos os marinheiros no encouraçado Minas Gerais.
Os marinheiros se reuniram no Minas Gerais na noite do dia 22 de novembro para dar início a revolta. Aguardaram o comandante Batista das Neves, que havia saído para jantar no navio francês Duguay-Trouin, e o cercaram em seu retorno matando-o com tiros e coronhadas. Os outros oficiais que estavam na embarcação foram sendo assassinados também à medida que acordavam para saber o que estava acontecendo. No dia 23 emitiram uma carta escrita por João Cândido, que ficou conhecido através da imprensa como Almirante Negro, exigindo o fim dos castigos corporais, a melhora na alimentação e a anistia para os revoltosos. Em caso contrário, os marinheiros que se somavam aproximadamente dois mil e que reuniram as maiores embarcações da Marinha Brasileira, ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro, a partir da baía de Guanabara.
Oficiais da Marinha resolveram até por atacar as embarcações em posse dos revoltosos, mesmo com barcos menores, mas no dia 26 de novembro o presidente Hermes da Fonseca aceitou as reivindicações dos revoltosos que se entregassem, e assim eles baixaram armas. Todavia, no dia 28 de novembro alguns marinheiros foram expulsos da Marinha por acusação de quebra de conduta, outros foram presos. Sendo que poucos revoltosos sobreviveram.
Fontes:
http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/a-revolta-da-chibata.htm
http://www.infoescola.com/historia/revolta-da-chibata/
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/revolta_chibata.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Chibata
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